domingo, 11 de julho de 2010
Sônia Braga
Sônia, que voltou a morar no Brasil há alguns anos, fala da vida simples que leva, morando em Niterói, na casa que construiu para a mãe, falecida em 2001. De coisas como pegar a barca de Niterói para o centro do Rio todos os dias, onde se perde no meio da multidão, no centro do Rio, como uma pessoa comum.
Fala da naturalidade com que encara a nudez no seu trabalho, nos sets de filmagem ou stúdios fotográficos, onde costumava andar nua como forma de adaptação da equipe de produção.
A atriz acaba de completar 60 anos estrelou pelo menos 35 filmes, 12 novelas e 14 séries, aqui e nos Estados Unidos e revela não ter preocupações com crises de idade: "Pelos amores que vivi, pelos homens que tive, pelos filmes que fiz e pelas pessoas incríveis com quem trabalhei, eu devo ter uns 400 anos. Se eu tiver crise de idade, vai ser a dos 500 anos. Não vou ter uma crisezinha dos 60."
Sonia sexagenária continua de bem com o espelho. Diz ter feito uma única plástica, no rosto, há nove anos, com Ivo Pitanguy.
Relembra também a vida simples e difícil que levava antes de se tornar a atriz famosa, até chegar à TV Globo, pelas mãos de Daniel Filho, em “Irmãos Coragem”.
Em 75 viveu Gabriela, personagem de Jorge Amado, seu mais marcante papel na TV. "Gabriela" (1975) é a expressão de uma sensualidade cantada em prosa e verso.
"Foram músicas, gols e filmes dedicados a mim", desconversa Sonia. "Não vou declarar nomes. Uns foram namorados; outros, amantes. Não faz sentido contar minhas próprias fofocas."
Entre seus namoros, Caetano Veloso. A música “Tigresa”( http://www.youtube.com/watch?v=gy3f4n4mjfI ), salvo engano, foi composta por Caetano em sua homenagem. É de uma eroticidade dramática.
Sonia se impregna em nossas fantasias marculinas e a revelação de que, aos sessenta anos, vive sozinha, à procura de um amor, deve aguçar as mentes de quem se encantou e se encanta com a beleza dessa mulher. É isso que dá sentido à vida. Viva Sonia Braga.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Pôquer IBOPE
Da Folha S.Paulo - 07-02-2009.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro está jogando 67 anos de prestígio da marca de seu instituto no pano verde das incertezas eleitorais.
Há alguns meses ele garante que o PT perderá a eleição presidencial. Faz isso baseado nas pesquisas de seu instituto e da capacidade analítica que acumulou em mais de 30 anos de serviço. Astrólogo não precisa fazer pesquisa e pesquisador não deve cravar previsões.
Com o crescimento da candidatura da comissária Rousseff, registrado pela CNT/Sensus, Montenegro acrescenta que Lula chegou ao teto de sua capacidade de transferir votos. (Isso oito meses antes da eleição e do início formal da campanha.) Se acontecer sabe-se lá o que, e o PT vencer, sempre se poderá dizer que Montenegro avançou o sinal. Mas o que se dirá do Ibope?
sábado, 23 de janeiro de 2010
A invenção da guitarra elétrica
Por Quintela – do blog de Luis Nassif
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/13/a-invencao-da-guitarra-eletrica/#more-32268
Poucas pessoas sabem… mas quem inventou a guitarra elétrica foi o brasileiro Osmar Macedo. Numa viagem ao Brasil, na Bahia, o americano, Leo Fender, se encantou com o “pau elétrico” e levou com ele para os EUA um protótipo do pau elétrico que alguns anos depois foi patenteada como sendo sua invenção. Essa história é contada por Armandinho(na foto acima), filho de Osmar.
Existia em Salvador um conjunto musical, criado por Dorival Caymmi, que animava algumas festas e reuniões de fim de semana, e que se apresentava nas estações de rádio. Começava, então, a fazer sucesso na Bahia o grupo Três e Meio, cujos integrantes eram o próprio Caymmi, Alberto Costa, Zezinho Rodrigues e Adolfo Nascimento, o Dodô. Em 1938, com a saída de Caymmi, o grupo reestruturou-se e passou a contar com sete componentes, incluindo Osmar Macêdo.
Em 1942 em apresentação na cidade de Salvador, o violonista clássico Benedito Chaves (RJ) mostrou pela primeira vez ao público local um “violão eletrizado”. Dodô e Osmar, ávidos em conhecer tal instrumento, foram assistir ao show no cine Guarani e ficaram extremamente entusiasmados. Embora fosse um violão comum, importado e com um captador inserido à sua boca, o instrumento era muito primitivo e possuía microfonia. Dodô, porém, incansável na busca da superação deste problema, construiu em poucos dias um violão igualzinho ao de Benedito Chaves para ele, e um cavaquinho para Osmar.
Apesar da microfonia persistir, os dois uniram-se mais uma vez para formar a “Dupla Elétrica” e começaram a se apresentar em diversos lugares. Num determinado dia, Dodô resolveu esticar uma corda de violão sobre a sua bancada de trabalho e prendê-la nas extremidades; sob a corda, colocou um microfone preso à bancada. Quando a dupla ligou o microfone, algo inacreditável aconteceu um som limpo, que parecia até o de um sino. Estava, então, descoberto o princípio e logo foi possível perceber que o “cêpo maciço” evitava o fenômeno da microfonia e assim, com o nome de pau elétrico, nasceu a guitarra baiana. Outras pessoas, em outros países, pesquisavam a amplificação sonora de instrumentos pela energia, e até hoje não se tem certeza de quem foi mesmo que chegou primeiro à guitarra elétrica, se os dois baianos ou os dois americanos, Léo Fender e Doc Kauffman. Mas estes, no ano seguinte, patentearam o invento.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Djavan
Moacir: Quais foram as suas influências musicais? De que água você bebe?
Djavan: Eu bebi de todos os rios que encontrei à minha frente, sempre respirei música.
Eu nasci numa família muito cantante. Em casa aquela coisa de passar o dia cantando fazendo o trabalho da casa,fui criado neste clima.
Eu me criei assim, sou uma pessoa muito observadora, sempre tive a música no sangue, nunca fiz outra coisa na minha vida.
No Nordeste, em Maceió, onde foi a região que eu nasci, o que predominava era a música nordestina através de Luís Gonzaga, por exemplo, que é talvez a minha maior cama. Jackson do Pandeiro e Dorival Caimmy.
Depois vieram bossa nova, jazz, clássico, Nelson Gonçalves, Ângela Maria e Beatles.
Eu tive uma formação musical muito diversificada, eu caí por todos os caminhos. Eu acho que a música tem que ser uma coisa abrangente, sem mistérios, sem segredos e a minha formação foi sempre assim muito diversificada.
Depois que descobri a África foi uma coisa ¨mimosissíma¨. Pude observar o quanto tinha de identidade. O quanto conheci naqueles cantos africanos através do que minha mãe cantava. Minha mãe também fazia música para ninar os filhos, aquela coisa bem carinhosa do nordeste.
Quer dizer que a minha formação musical é essa, uma coisa bem heterogênea.
Moacir: A poesia é sempre muito marcante, muito forte no seu trabalho. De onde vieram as influências literárias?
Djavan: Primeiro tem como base uma grande formação de cordel. Porque como nordestino que sou é infalível. O cordel está presente nas feiras, nas festas, etc. Depois vieram os grandes poetas como Drumond, José Lins do Rego, Bandeira, Pablo Neruda. Depois fui conhecendo os poetas europeus.
O Drumond, talvez, seja o poeta que mais me fascina. Tem uma mulher que me fascina muito, que é a Adélia Prado, uma poeta mineira, fantástica. Leio muita poesia, é minha leitura preferida.
Texto de entrevista inédita realizada em 1986, por Moacir Oliveira.
Mestre Sivuca
Moacir: Como surgiu a parceria com Chico Buarque, João e Maria ?
Sivuca: É. A história de João e Maria é interessante porque foi uma música que eu fiz em 1947, em Recife.
Eu não tocava daquele jeito que o Chico toca na nova versão. Eu tocava bem pesado, melodiosa, bem romântica para acordar as garotinhas (risos).
Aí quando eu mostrei a música, ele disse:
Vou fazer uma letra para esta música que é muito linda. Fez.
Quando ele me mostrou a letra eu disse: O que é que eu posso dizer...
Ele colocou tudo no passado. (Agora eu era herói e o meu cavalo só falava inglês..)
Porque quando ele tinha três anos, só falava assim exatamente desse jeito. Então aproveitou o gancho e colocou a vivência dele. E saiu uma das melhores letras que o Chico já fez.
De volta ao Corumbau
De férias, estivemos no início de janeiro/2010, de volta ao Corumbau.
Foi lá que tudo quase começou, há mais de vinte anos, quando tentei conquistar dona Jorgete plagiando o poema "Coqueiros", de Carlos Fernando, musicado por Geraldo Azevedo.
Estávamos com um grupo de amigos, num passeio de final de semana. Já fui pra lá com segundas intenções. Caçando. À noite, num concurso de poesia improvisado, inventaram de me provocar para fazer um poema pra Jorgete. O problema é que a inspiração para compor não vinha, como quase nunca vem para mim (risos). Tive que recorrer ao mestre Carlos Fernando (vejam só que audácia – risos). Mas tirei em segundo lugar. Acho que notaram tratar-se de um plágio, porque o poema é uma obra de arte, e não podia ter sido feito por qualquer um. Ele o fez quando voltou do Rio de Janeiro para morar definitivamente no Recife. A paisagem do lugar batia com a inspiração da música. A paquera com Jorgete e também a vontade retornar para Pernambuco, que sempre batia. Foi um prato feito pra mim (risos). Pelo menos nessa associação eu fui bem (mais risos). Vejam a beleza da obra no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=MGzA45rjWXc
Levei prancha de surf e tudo o mais, para encantá-la. E olha que Corumbau não tem praia para Surf. Eu estava realmente embasbacado. Não consegui sequer um selinho, enquanto estivemos na praia, durante o fim de semana. Apenas a vaga promessa, no domingo da volta, de que poderíamos jantar sozinhos na segunda-feira. Foi só depois do jantar, no meu fusquinha “bunda lisa”, placa 4664, de Cravolândia-BA, o mais bonito do Itamaraju, que aconteceu o primeiro beijo. Dentro do fusquinha, num escurinho que tinha em frente à Telebahia, na Praça Castelo Branco.
Depois voltamos outras vezes ao Corumbau e nunca conseguimos esquecer aquele lugar, mesmo quando estávamos em Recife. Dona Rita (mãe de Jorgete) tem uns terrenos lá, distantes da praia, e nos provoca para a construção de umas "ocas" de fim de semana. Mas ainda é muito complicado chegar ao Corumbau por terra (graças a Deus), o que inviabiliza a realização dessa tentação.
É uma maravilha de praia. Uma aldeia de índios pataxós, com uma ponta de terra que entra mar a dentro, entre o museu aberto do descobrimento (ao sul, antes da foz do Rio Caí) e a praia de Caraíva (ao norte, já próximo de Trancoso, distrito de Porto Seguro).
Novamente (como feito no início desse blog) o link da pousada Fazenda São Francisco (http://www.corumbau.com.br/), onde nunca ficamos, que descreve a beleza do lugar. Antes da pousada, funcionava ali a casa do então ministro Renato Acher, do governo Sarney. Ele costumava receber em sua casa, em fins de semana, o então deputado Ulysses Guimarães, que tive oportunidade de conhecer no Corumbau.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Vox Populi: sites e blogues superam revistas e jornais somados
http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/blog/texto_blog.asp?id_artigo=7740
Pesquisa encomendada pelo Grupo Máquina ao Vox Populi que ouviu 2,5 mil pessoas e teve seu resultado publicado no Meio Mensagem desta semana reforça a tese insistentemente defendida aqui.
O levantamento mostra que a principal fonte de informação do brasileiro ainda é a TV com 55,9% da preferência dos entrevistados, mas o segundo já são os sites de notícias e blogues, com 20,4%, um resultado fantástico para um tipo de comunicação que ainda não chegou à adolescência.
E mais fantástico ainda porque é o dobro do público que se informa por jornais impressos, preferidos de 10,5%. E quase três vezes mais do que o rádio, com 7,8%.
Não pensem, porém, que a força da internet se resume à força de sites e blogues. As redes sociais já contam 2,7% da preferência dos pesquisados como fonte primeira de informação, estando à frente dass versões online dos jornais, 1,8%, e das revistas impressas, com 0,8%. Um
Em relação à credibilidade, os sites e blogues jornalísticos também ocupam boa posição. Neste quesito, o rádio está em primeiro lugar com nota média de 8,21 e os sites e blogues jornalísticos estão um centésimo atrás com 8,20.
Só depois aparecem TV, 8,12, jornais online, 8,03, jornais impressos, 7,99, revistas impressas, 7,79, redes sociais, 7,74, e revistas online, 7,67.
Há alguns dias escrevi aqui que não se pode mais denominar de grande mídia os jornais diários brasileiros, dada a irrelevância das tiragens que têm. Esta pesquisa só reforça a tese de que cada vez mais brasileiros estão formando sua opinião de forma horizontal, a partir de espaços onde não são apenas espectadores, mas também analistas e produtores de informação.
Pobres já gastam 5% mais que ricos
Estudo mostra avanço do consumo das classes D e E do Norte e Nordeste em relação às classes A e B do Sudeste
Márcia de Chiara – Estadão 09-11-2009 (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091109/not_imp463206,0.php)
Os pobres do Norte e Nordeste estão consumindo mais que os ricos do Sudeste. Nos últimos 12 meses até setembro deste ano, as classes D e E das regiões Norte e Nordeste do País gastaram R$ 8,8 bilhões com uma cesta de alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza. Essa cifra é 5% maior que a desembolsada pelas camadas A e B (R$ 8,4 bilhões) que vivem no Sudeste do País no mesmo período com esses itens, revela estudo exclusivo da LatinPanel, maior empresa de pesquisa domiciliar da América Latina.
Em igual período do ano passado, a situação era exatamente inversa: o gasto das camadas que compõem a base da pirâmide social no Norte e Nordeste com bens não duráveis havia sido 5% inferior ao das classes A e B do Sudeste. "Houve uma reversão", afirma Christine Pereira, diretora da empresa e responsável pela pesquisa.
Ela atribui a mudança a fatores conjunturais. Inflação em baixa, que dá mais poder de compra ao consumidor, ganhos de renda dos trabalhadores que recebem salário mínimo e o fato de a crise não ter afetado as camadas de menor renda explicam, segundo Christine, o avanço do consumo dos bens não duráveis pelos mais pobres. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir de visitas semanais a 8,2 mil domicílios para auditar o consumo de 65 categorias de produtos.
Embora em maior número, as famílias das classes D e E do Norte e do Nordeste têm renda agregada bem menor que a das famílias das classes A e B do Sudeste. No Norte e no Nordeste, há 6,9 milhões de lares que recebem até quatro salários mínimos (R$ 1.860) por mês, o que corresponde a 40% do total de famílias das classes D e E do País. Já as classes A e B somam 4,9 milhões de domicílios no Sudeste ou 45% dos lares desse estrato social do Brasil. Essas famílias têm renda mensal superior a dez salários mínimos (R$ 4.650).
Para o economista chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, boa parte do avanço do consumo dos mais pobres se deve ao aumento real do salário mínimo de 5,7% concedido neste ano. "O salário mínimo pesa muito nas regiões Norte e Nordeste", diz.
Nas contas dele, a massa real de renda dos ocupados, pensionistas da Previdência e também beneficiários do Bolsa Família cresceu 7,7% no Norte e Nordeste no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2008. O acréscimo é mais que o dobro do registrado para essa população que vive no Sudeste do País, que foi de 3,1% nas mesmas bases de comparação.
Além disso, Borges ressalta que a inflação dos mais pobres, que ganham até cinco salários mínimos (R$ 2.325), medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perdeu fôlego este ano. Após fechar 2008 com alta de 6,5%, a maior taxa desde 2003, o INPC deve encerrar 2009 com aumento de 4,5%, prevê.
"Alguma coisa está fora da nova nova ordem mundial"
O título é para parafrasear e lembrar Caetano Veloso, grande compositor e cantor, mas um falastrão descuidado, que falou mais uma besteira política essa semana.
Em entrevista ao jornal "Bahia Econômica", em 02-11-2009, a prof. Tânia Bacelar(da UFPE) troca em miúdos a inversão da lógica desenvolvimentista e de distribuição de renda do país que, ao se voltar para o Nordeste está produzindo uma nova face para a região. O assunto também é matéria de capa da edição dessa quinzena da revista EXAME.
A entrevista está disponível na integra, no site da CEPLAN, consultoria da qual a economista faz parte.
Em resumo, a lógica desenvolvida por ela é a seguinte:
· Opção política do governo de apostar no mercado interno;
· Política de transferência de renda e aumento da renda e do emprego;
· Crescimento real do salário mínimo em mais de 50% entre 2002 e 2008 (tendo o Nordeste cerca de 28% da população do Brasil, mas com 50% da população ocupada ganhando salário mínimo, esse aumento real dá um efeito estupendo na renda e no consumo da população, dinamizando o mercado interno);
· Como o Nordeste tem metade dos pobres do país, dos R$ 12 bilhões do bolsa família, R$ 5 bilhões vêm para cá, aumentando esse dinamismo através do aumento do consumo das famílias de baixíssima renda. Esse aumento de consumo atrai novos investimentos;
· Foram atraídos investimentos de grandes corporações produtoras de alimentos (Bauducco, Nestlé, na Bahia, Perdigão e Sadia em Pernambuco, por exemplo) e de outros produtos de consumo, com impactos na industria, comércio e serviços da região;
· Os investimentos da Petrobras merecem referência especial:
o A empresa tinha deixado de investir em refinarias desde 1939 (Landulfo Alves, na Bahia). Está construindo 3 refinarias (PE, BA, RN), sendo as duas primeiras de grande porte;
o Mudou sua política de compra de navios, beneficiando a indústria naval nacional. Pernambuco já tem um estaleiro em funcionamento e deverá ganhar outros três;
· O PAC tem ajudado a economia local. Os investimentos na duplicação da BR-101 (AL ao RN), a construção das ferrovias Oeste-Leste (que ligará o cerrado baiano e a ferrovia Norte-Sul ao porto de Ilhéus), e a ferrovia Transnordestina, integrando Suape, Pecém e Ilhéus, são algumas dessas obras;
· O início do soerguimento da indústria têxtil, a partir de Pernambuco, com os investimentos infra-estruturais desse segmento, realizados em Suape.
Você já me esqueceu...
A música “Você Já Me Esqueceu”, incluída no repertório que apresentamos no encontro de amigos do dia 11/set, no Depósitto, Armazém Caffé, não foi escolhida por acaso. Aliás, quase nada daquele repertório foi escolhido por acaso.
“Você já Me Esqueceu” está entre aqueles não muitos sucessos de Roberto Carlos que não foram compostos por ele, ou por ele e Erasmo. Quem compôs a música foi o grande Fred Jorge. Um desses artistas que passaram meio despercebidos/anônimos pelo meio musical/artístico, mas que deixaram um bom legado.
Fred Jorge Nasceu em Tietê, no interior de São Paulo, trabalhou inicialmente como produtor de programas de rádio na capital paulista. Foi também um iniciante do novelismo, de rádio e TV. Depois de sua passagem pelos Estados Unidos, de volta ao Brasil, explorou na sua musicalidade o gosto pela versão musical, principalmente de musicas americanas e européias.
A versão é muito mais que a tradução de uma música, é o encaixe de palavras e versos que não fujam à melodia original e não se separem muito do contexto da letra de origem. Também é preciso ser artista para compor versões. Não me refiro a algumas versões feitas para músicas de forró metálico, que deterioram um pouco a arte do versionismo.
Grandes sucessos como “Estúpido Cupido”, “Banho de Lua”, “Diana” (Não se esqueça meu amor/que quem mais te amou fui eu...), “A Nave dos Arrependidos” (...Espera um pouco/um pouquinho mais/Eu tenho tanto para te entregar/Espera um pouco/um pouquinho mais/O teu amor vai me matar), são todas versões de Fred Jorge.
Mas ele também fazia músicas por completo. Sucessos de Roberto Carlos como “A Palavra Adeus” (Eu, não posso compreender/porque tudo mudou pra mim/foi uma palavra só...), “O Dia a Dia” (Eu acho que a rotina do dia a dia..., feita em parceria com o grande Nenéu), e “Todos os Meus Rumos” (...Por mais que eu procure/Caminhar sozinho/Todos os meus rumos/Atravessam seu caminho/E por mais que eu tente/Desviar meus passos/Eu acabo sempre nos seus braços), são todas composições de Fred Jorge.
De todos os sucessos de Fred Jorge, cantados por Roberto Carlos, uma é especial, pelo menos para mim, e acho que marcou também alguns momentos da vida de muita gente. Trata-se de “Você já Me Esqueceu”, também gravada por Bartô Galeno e recentemente relançada por Fernandinha Takai, do Patu Fu. Veja o clip AQUI , da interpretação dela. Só ouça depois de baixá-la completamente. A música já é de uma cinematograficidade imensa. A conjugação da interpretação de Fernandinha, com a beleza da sua voz, do seu modo de cantar, do seu corpo e dos seus vestidos e saias longas, vira um enleio.
Meu irmão caçula, Heraldo, é mais “apaixonado” ainda do que eu, por Fernanda Takai. Lembro-me que há uns 6 anos, num show no Recife, ele conseguiu pegar a palheta da guitarra dela, que Fernandinha jogou na frente dagente. Ainda hoje ele guarda essa relíquia, com a "autorização" de sua esposa Jojó (risos).
Foi a música que mais me deu prazer em executar, na apresentação do dia 11 de setembro, no Depósitto.
Edezinho, guitarrista, Cleiran, baixista, e Ninho, tecladista da Banda Vitrine, garotos da faixa etária dos 18/20 anos, ainda não haviam ouvido essa canção. Foi daquelas musicas que ficaram para ser tocadas por último nos ensaios. Mas quando a gente foi executá-la pela primeira vez, no ensaio, confesso que não me contive. A gente ouviu umas duas vezes. Eles pediram para desligar o áudio e começar a cantar. Eu cantava, com o acompanhamento da banda, mas cantava sorrindo de alegria, pela capacidade desses músicos tão jovens, de ouvir uma canção desconhecida e executá-la imediatamente em seguida, com um arranjo que parecia melhor do que o de Roberto Carlos. São três jovens e grandes talentos musicais.
Meu Cofrinho de Amor
Das recordações da minha infância, na Vila Mocó, além das peladas do final da tarde, após a concentração na casa de Dona Maria Cosme, marcaram bastante e influenciaram muito o gosto que tenho pela música, a audição matinal do programa do radialista Carlos Augusto.
Inicialmente era o “Forró na Cuia Grande”, na emissora Rural. Depois ele passou para a Rádio do Grande Rio (recém criada, com jingle e tudo do meu amigo Caíto, do Som da Terra, banda que encantava o barzinho “Meio do Mundo”, no Recife da minha chegada) e teve que mudar o nome do programa, salvo engano para “Forró da Mulambeira”. Acho que os nomes dos programas eram homenagens a sítios ou fazendas de propriedade do locutor. Carlos Augusto ainda hoje mora na Vila Mocó, na frente do abrigo de velhos. Outro dia estava falando para ele a respeito da sua importância para a minha “formação” musical.
Pois bem. Eu acordava todos os dias muito cedo, para ir à escola (Colégio Dom Malan, depois Escola de Petrolina), e ficava das 5 às 6 horas da manhã ouvindo um radinho ABC, que tinha na sala, onde dormia, na Princesa Isabel, 131, até minha mãe balançar os punhos da minha fianga (rede de dormir), pra lembrar do horário da escola, achando que eu estava drmindo. Foi através de Carlos Augusto que comecei a ouvir Luis Gonzaga (a partir dos cinco anos de idade), Jackson do Pandeiro, Marinês, Trio Nordestino, Os Três do Nordeste e Elino Julião, dentre vários outros importantes artistas do gênero forró e suas variações.
Mas eu queria me deter a Elino Julião, que ouvi bastante essa semana. Forrozeiro, ritmista de Luis Gonzaga e de Jackson do Pandeiro, potiguar da região do Seridó e que deixou uma discografia razoável de músicas, principalmente de forrós, mas que tendiam também para o ritmo brega romântico.
Elino Julião compôs coisa como Chô Galo (de Bartô Galeno) , O Burro , o clássico Puxando Fogo , Rabo do Jumento , regravado antes de sua morte, em parceria com Lenine, a nostálgica São João Alegre , Tá Faltando Paletó , um forró cheio de mulher, bom danado, e a chamegosa Xodó de Motorista . Mas de todas as sua músicas a que mais tenho lembranças é de Meu Cofrinho de Amor , essa já tendendo mais para sua musicalidade brega, saindo do forró, seu ritmo predileto. Essa música lembra muito a minha Tia Maria, irmã da minha mãe, que morava na Vila Eduardo.
Elino Julião faleceu de um aneurisma cerebral, em 2006, em Natal. Mas antes disso fez o CD “O Canto do Seridó ”, revisitando sua obra, com participações, além de Lenine – um declarado apreciador da sua música, que inclusive teria influenciado a sua formação – , de artistas como Maciel Melo, que cantou com ele “Amor Enchucalhado”, Dominguinhos, Fagner, Elba Ramalho, Silvério Pessoa, Marinês, Chico Science e Nação Zumbi, Xangai e Tetê Espínola, dentre outros.
Maciel Melo
GOMES - 18-10-2009:
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/10/16/um-forro-pe-de-serra/#comments
Nassif,
Maciel é de Iguaraci-PE, no Sertão do Pajeú, região de Pernambuco onde nasceu o grande Zé Dantas (de Tabira-PE), segundo maior parceiro de Gozaga e autor de “Riacho do Navio” (que corre pro Pajeú… pra despejar no São Francisco e bater no meio do mar). Mas o Riacho do Navio só encontra o Pajeú próximo à sua foz, em Floresta dos Navios, já perto do S. Francisco.
Fico imaginando a riqueza cultural dessa noite de forró em Custódia, cidade do Pajeú que fica entre Tabira e Serra Talhada (terra de Lampião e de Zé Marcolino – Sala de Reboco – , também no Pajeú). Serra é a terra do meu avô, Alcôncio.
Se pudéssemos voltar no tempo, certamente estariam nesse forró, Zé Dantas, Gonzaga, Lampião, Zé Marcolino, para cantar e se divertir ao lado de Lula, na beira do Pajeú vazio.
Pode ter certeza de que Maciel é a junção atual da capacidade de compor e interpretar dessa tríade (Zé Dantas, Gonzaga e Zé Marcolino) e certamente seria parceiro deles em várias músicas, vivessem na mesma época. É o maior representante atual da musicalidade e da poesia dessa região de riqueza cultural.
Maciel saiu de Iguaraci para Petrolina ainda menino, acompanhando o pai (poeta Heleno Louro) que migrou para trabalhar na construção da barragem de Sobradinho-BA. Hoje mora no Recife, onde participa da cena cultural pernambucana como um dos protagonistas.
http://www.macielmelo.com.br/
Eliana Pitmann, Geraldo Azevedo, Ivete Sangalo
Esta semana descobri uma velha gravação de Eliana Pitmann e de seu pai, Booker PItmann, o mítico saxofonista americano que mudou-se para o Brasil. Curti a gravação, não apenas pela qualidade dos solos de Booker e dos arranjos excepcionais, mas da interpretação competente de Eliana, uma graça de voz, mal saída da adolescência.
Por coincidência li um anúncio no Globo, dela lembrando os 25 anos de morte do pai.
Ai vão as faixas desse disco antológico.
01 – Yes Sir, That’s my Baby
02 – Balao Apagado
03 – Love for a Star
04 – Bate que Bate
05 – Mama Don’t Allow – Samba de uma Nota So
06 – A Luz dos Seus Olhos
07 – St. Louis Blues
08 – You a Pe Ate La
09 – The Birds of the Blues
Por J. Gomes
Nassif,
Eliana Pittman foi quem deu grande apoio no início da carreira de Geraldo Azevedo, incentivando a sua ida ao Rio de Janeiro e gravando “Aquela Rosa”, música de autoria do artista pernambucano.
Geraldinho, por sua vez, tem uma pitada de participação no início da carreira de Ivete Sangalo. De famílias amigas (Gerlado é de Petrolina, Ivete de Juazeiro), Geraldo convidou Ivete para a abertura de um Show seu, no Centro de Cultura João Gilberto, quando Ivete ainda nem sonhava em ter dimensão nacional.
Nessa época Ivete cantava no barzinho “Primeira Estação”, na orla de Petrolina, acompanhada por sua irmã Mônica ao violão. Funciona hoje nesse lugar, aqui na orla, o bar/restaurante “Bacana”, local de comida boa e gente bonita.
É a roda viva da vida musical brasileira.
abraço
ZÉ GOMES
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/10/17/booker-e-eliana-pitmann/
O novo capitalismo de família no Brasil
Discussão interessante no site de Luis Nassif hoje, sobre o novo capitalismo de família no Brasil. É bom acessar o link e ler também os comentários. A colaboração dos leitores é muito rica.
O texto destaca que "a privatização criou uma geração de novos financistas, beneficiados pelo modelo de FHC – que teve como principais mentores Gustavo Franco (no planejamento político), André Lara Rezende (no papel de conduto entre o mercado e a política cambial), Pérsio e Edmar Bacha (amoldando a política cambial e monetária ao novo modelo) e Luiz Carlos Mendonça de Barros e Ricardo Sérgio (como operadores)".
Fala da atuação de Daniel Dantas, Jorge Paulo Lehmann, Eike Baptista (de forma mais recente) e do comportamento dos grandes grupos nacionais como a Odebrecht, Gerdau, Sadia, Suzano, Klabin, Votorantim.
É uma aula a respeito de como a política pode interferir na economia, para proveito (às vezes disfarçadamente involuntário) de quem está comandando as duas.
Vale a pena acessar.
Bartô Galeno e Vila Mocó
Com o cancelamento do show de Zé Augusto, na noite da sexta-feira, 09-10-2009, fomos ao Clube América, na Areia Branca, ver o show de Bartô Galeno.
Foi bom relembrar momentos dos áureos tempos da Vila Mocó, bairro em que fui criado em Petrolina. Bartô Galeno era a trilha sonoro que movia a “concentração” na casa de Dona Maria Cosme (está velhinha, mas ainda vive lá), no final da Rua Vasco da Gama, regada a Pitú e Serra Grande (tomada pelos pinguços adultos), antes das peladas do final da tarde, sob comando de Galêgo, no campinho do antigo aeroporto, na Vila (atual sede da APAE). Bartô também era o som que embalava a pinhãozada que construía a Barragem de Sobradinho. Velhos tempos de menino.
A Vila Mocó era estimagmatizada como um bairro de caceteiros (brigões). O núcleo do bairro chamava-se “Cacete Armado”, não sem sugestividade. Os times dos outros bairros tinham medo de jogar na Vila. Se perdessem, apanhavam menos. Se ganhassem, o pau comia depois do jogo. Era porrada mesmo. Atualmente brinco com meus amigos, quando lembro dos nomes dos amigos, colegas e conhecidos do bairro, daquela época: Tico de Chá Preto, Toinzé, Dió, Sanhaço, Fera, Toinho de Dára, Jorge Caborge, João de Bié (cujos neurônios foram carcomidos pela maconha e ainda hoje vegeta na rua da minha mãe, sempre me pedindo R$ 1,00 pra compra cigarros normais), Roberto Maguinho.... Mas de todos, o mais temido era Negão do Picolé (Zé de Delza), morto ainda jovem, como vários deles. Outros ainda hoje estão por lá. Eu fui sempre um jogador mediano e medroso (também, tive que sair da Vila aos 17 anos de idade), mas existiam alguns craques por lá, como Paulinho de Iaiá e Rubem de Anorata (como eu, com passagem completa pela UFPE, o engenho do pensamento da Várzea – Talvez os dois únicos dessa geração graduados por ela – ). Esses últimos, se fossem levados para times grandes teriam chances de ficar famosos no futebol. Hoje a Vila é um bairro quase nobre, atrás do estádio, próximo ao centro da cidade. O centro se aproximou dela.
Pois bem, o show de Bartô reuniu cerca de duas mil pessoas e durou quase três horas. Ele troxu apenas um tecladista e o guitarrista (muito bons). Fez um ensaio à tarde com Alan, grande saxofonista do Pega Leve, daqui de Petrolina, fechou um quarteto. O público era formado por devotos e isso atrapalhou um pouco a apresentação. O palco era pequeno e as pessoas queriam estar próximas do ídolo, inclusive subindo no palco (eu me contive). Mas valeu!
Bartô nasceu em Sousa-PB, mas foi criado em Mossoró, terra de Carlos André, outro grande compositor de bregas e forrós, parceiro de Alcimar Monteiro e maior parceiro musical dos sucessos de Bartô Galeno, entre eles os clássicos “No Toca-fitas do meu carro” e “Só Lembranças”.
Filmei algumas coisas do show com o celular, mas o som ficou muito ruim. Peço desculpas pela falta de qualidade sonora. Coloquei no YOUTUBE (http://www.youtube.com/watch?v=41_s-r6siE0) o clip de “Só Lembranças”, ultima música executada no show, lá pelas 4:20hs da madrugada, e um link (http://palcomp3.com/bartogaleno/ ) para outros sucessos do artista.
Estréia da banda
No dia 11-09-2009, no Depósitto, Armazém Café, cedido especial pelo amigo Herbert Caffé, fizemos um sarau romântico para os amigos de Petrolina e Juazeiro, que entrou madrugada a dentro.
A idéia de juntar alguns músicos e fazer uma apresentação pública me perseguia desde que retornei do Recife para minha terra, há mais de um ano. Somente agora isso foi possível.
Para mim foi uma noite muito descontraída e prazerosa. Espero que tenha sido assim também para os amigos que estiveram presentes.
O repertório dessa apresentação inicial foi essencialmente romântico, com foco em músicas que fizeram sucesso ou que nos remetem a algumas boas lembranças dos anos 80 e 90, principalmente.
Infelizmente esquecemos de fazer imagens animadas da apresentação. Depois do show conseguimos pegar com a amiga Ziane as fotos (álbum aqui) que ela voluntariamente tirou e o único CLIP (acesse aqui) que fez, de uma das músicas.
A banda é formada pelos músicos Edezinho (guitarra), Cleiran (baixo), Guiga (na bateria), Ninho (teclado), Jorge (percussão), além de Zé Gomes no vocal.
Nos próximos dias tentaremos juntar novamente os amigos em uma outra apresentação do repertório romântico, com atualizações, de preferência num espaço boate, e no mês de outubro tentaremos apresentar um show exclusivamente com músicas de Fagner, se possível no Quintal do Poeta Manuca Ameida, com quem estamos verificando essa possibilidade.
Abaixo as músicas da apresentação de 11-09-2009, na seqüência em que foram apresentadas, além do metrônomo e do tom.
Muito grato a todos
135 Do#_ Faz de Conta – Gian e Giovani (versão de Carlos Colla)
73 Ré+ Declaração de amor – Daniel (Altay Veloso)
60 Ré+ Interfone - SPC (Altay Veloso)
110 Dó+ Abre coração – Marcelo (Marcelo / Jim Capaldi)
63 Fa Vitrine – Ruban (Ruban)
78 Ré+ Cinderela – Ruban (Ruban)
136 Pareço um menino (Piska/César Augusto)
82 Fá Cruzando Raios – Orlando Moraes (Orlando Moraes/Tony Costa)
60 Ré+ Matemática (Peninha)
85 Mi Nua (Ana Carolina/Vitor Ramil)
72 Lá+ Me liga (Herbert Vianna)
146 Romance Ideal (Paralamas)
0 Fa Apenas mais uma de amor (eu gosto tanto de você..) - Lulu/Nelson Motta
93 Sol+ Certas coisas - não existiria som, se não houvess...(Lulu/Nelson Motta)
84 Sol+ Você já me esqueceu - Roberto Carlos (Fred Jorge)
Si_ Um dia um adeus (Guilherme Arantes)
Sonhos (Peninha)
0 Mal de mim (Djavan)
Outono (Djavan)
Você bem sabe (Djavan)
105 Ré+ Mande nem que seja um telegrama (Odair José)
110 Uma vida só (para de tomar a pílula)
58 Mi+ Vou Tirar Você desse lugas (Odair José)
130 Cheia de Charme (Guilherme Arantes)
130 Fa#- Menina Veneno (Ritchie/Bernardo Vilhena)
130 Um certo alguém (Lulu Santos)
95 Do+ Eva - Rádio Táxi (Versão: M. Ficoreti)
Com dólar fraco, EUA "exportam" inflação, afirmam economistas
Enxurrada de moeda americana fez emergentes comprarem mais commodities
TONI SCIARRETTA
Da reportagem local da Folha de S. Paulo
Os países ricos responsabilizam os emergentes -em particular a China, que coloca 200 milhões de pessoas ao ano no mercado consumidor- pela escalada no preços dos alimentos e de commodities em geral. O consumo chinês, no caso, seria o grande "exportador" de inflação ao restante do mundo.
Para alguns economistas, como Jeffrey Frankel, especialista em commodities da Universidade Harvard, a China só está repatriando agora uma inflação exportada pelo menos desde os anos 80 pelos EUA, por meio da desvalorização do dólar -que reequilibra seu déficit comercial- e pela política de juros baixos -que controla o déficit fiscal, agravado nos anos George W. Bush pela guerra no Afeganistão e depois no Iraque.
"Os EUA exportaram inflação para o restante do mundo, levando os preços em dólares das commodities a decolarem. Há um ano, as expectativas de crescimento do mundo, incluindo na China, se desaceleram, mas os preços do petróleo e de outras commodities subiram ainda mais. A demanda não explica sozinha os aumentos de preços", disse Frankel.
Exportando inflação
Pela teoria monetarista, os governos e os seus Bancos Centrais, quando querem controlar a inflação, costumam subir os juros e retirar dinheiro de circulação por meio da colocação de títulos de sua dívida. O custo é aumentar o endividamento.
A equação só não é totalmente verdadeira para os EUA, donos da máquina que imprime dólares, aceitos em todo o mundo. Ante a necessidade de reduzir a liquidez no país, em vez de subir juros e emitir títulos, os EUA podem liberar a importação. Com isso, conseguem ajustar a oferta do mercado com a demanda e ainda mandam dólares para o exterior, retirando dinheiro de circulação. À medida que os EUA ejetam moeda para fora, também reduzem a liquidez interna. Você ajusta não só o lado da oferta como cria a redução da demanda. Essa prática do governo americano é o que chamamos de "exportar inflação". A inflação deles. Qual o problema que ele cria? Aumenta a liquidez de dólar nos mercados mundiais", disse o economista Otto Nogami, do Ibmec-SP.
Para o ex-ministro Delfim Netto, esse aumento de dólares nos emergentes, resultado do chamado duplo déficit americano -comercial e fiscal-, explica parte da inflação atual.
"Os BCs estão numa situação curiosa. Eles causaram uma parte dessa confusão porque mantiveram as taxas de juros muito baixas, permitiram patifaria no sistema financeiro e aumentaram a liquidez de maneira assustadora. Na verdade, eles financiaram essa elevação de preços", disse.
Desvalorização
Delfim lembra que o dólar perdeu 40% de seu poder de compra em relação ao euro só nos últimos quatro anos, e as commodities assumiram um papel de "hedge" [proteção] contra essa desvalorização.
"O maior efeito dos EUA sobre essa elevação dos preços é a desvalorização do dólar. Ela deve explicar uns 40% do aumento do preço dos alimentos. O árabe quer vender o petróleo com correção monetária. Ele quer que o barril de petróleo compre a mesma coisa que comprava antes em dólares. Como o dólar está caindo, eles têm de subir o preço. É tão simples quanto isso", disse.
Para Italo Lombardi, economista da consultoria americana RGE Monitor, a discussão sobre quem exporta inflação para quem perdeu sua relevância na atualidade. Ele afirma que não há consenso se o petróleo sobe porque o dólar se desvaloriza ou se acontece o contrário.
"Esse assunto vem e volta com bastante freqüência aqui nos EUA. Muita gente apostava na recuperação do dólar, pelo menos, até o último discurso do Ben Bernanke [presidente do Fed]. O Fed deu indicações de que não deve elevar juros, o que enfraquece o dólar. E tinha motivos para o dólar voltar a subir, como um crescimento maior nos EUA do que na Europa."
"Como ajustar? Com juro maior também nos EUA. A taxa maior faz com que o excedente de dólares flua novamente em direção aos EUA. Isso aumenta a liquidez do mercado americano", afirma Nogami.
Segredo das pesquisas eleitorais
Do blog de Luiz Nassif:
Se alguém tinha dúvidas sobre como as pesquisas eleitorais podem ser manipuladas, uma pequena matéria da “Folha” (que merecia destaque maior) demonstra.
A matéria fala de duas pesquisas do IBOPE sobre as eleições municipais de São Paulo. Em um dos levantamentos, divulgado pela TV Globo, Martha vence por 46% a 35%. Em outro, encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ligada a Kassab) ele vence por 47% a 38%. A diferença entre as pesquisas é de menos de um mês.
Qual o truque? No caso da pesquisa da ACSP, antes de perguntar sobre as intenções de voto, a pesquisa tinha oito questões sobre as obras de Kassab na cidade. Depois de lembrar (ou informar ) o leitor sobre as boas obras, sapecava a pergunta: em quem votaria?
Paula Toller
Por Clarice Muniz
Fotos Christian Gaul
Aos 45 anos e 25 de carreira, a cantora, casada, mãe e feliz, finalmente aceitou o título de símbolo sexual: ''Ok, vocês venceram, mas agora agüentem!''
Ela faz graça sobre a própria beleza e diz que gosta da "energia masculina". Paula Toller, 45 anos (imperceptíveis), diz a revista Contigo! que admira a pegada afirmativa dos homens, do tipo "eu faço", "deixa comigo", mas acredita que muitas mulheres fortes têm a voz mais delicada e elegante - como a sua. "Não é necessário gritar e parecer um homem para realizar as coisas", analisa. Paula está em sua segunda jornada-solo, longe da banda que a trouxe para a linha de frente do pop nacional, o Kid Abelha. Com o recente CD, SóNós, ela completou 25 anos de carreira desde que encontrou os amigos e companheiros de banda na PUC do Rio de Janeiro - Leoni, 46, e George Israel, 47, além do guitarrista Bruno Fortunato, 51, no início dos anos 80. Prestigiada pelos homens, ela só tem olhos para o marido, o cineasta Lui Farias, 49, com quem está casada há 20 anos, e para o filho do casal, Gabriel, 18. "Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pedisse a um gênio o homem perfeito, duvido que ele chegasse perto do que é o Lui. Até os defeitos dele são perfeitos!", ela se declara.
Lágrima do sul
A canção "Lágrima do Sul" não é só mais uma das boas músicas de protesto contra o regime do "apartheid" na África do Sul, é talvez a mais bela do gênero, feita por artista brasileiro. Eu a colocaria no patamar de “Soweto”, de Djavan. Como o movimento racista da África do Sul deu uma aliviada, há alguns anos, a canção perdeu um pouco a razão de ser, enquanto protesto, mas não perdeu sua grandeza melódica e percussiva, sem falar da letra, um raro poema de amor por um continente. Recorde AQUI uma das interpretações da obra, na voz do autor Milton Nascimento, com o grupo Uakti (grupo forrmado sob a influência do instrumentista suíço-baiano Walter Smetak), que tirou seu nome de uma lenda indígena dos índios Tukanos, do Alto Rio Negro (depois meus amigos Marcelo Rosa e Marcelo Fonseca ainda vão dizer que não gosto de tucano).
Drão
“Há canções de maturação, que começam por uma pílula de criação – por uma gota que colore a água no jarro e vai decantando; um dia você pega aquele precipitado lá no fundo e trabalha nele. É um modo, um jeito de compor. Há canções que demandam esforço concentrado por considerável período de tempo de realização intensiva. Drão está entre essas”.
É assim que Gilberto Gil começa uma narrativa de explicação sobre a dificuldade de compor e a respeito de como concebeu a música Drão, uma das mais belas obras da música brasileira.
A criação de Drão teria apresentado para ele elevado grau de dificuldade porque lidava com um assunto denso – o amor e o desamor, o rompimento, o final de um casamento. Foi uma canção feita para Sandra (Sandrão, Drão) e para si próprio.
“Eu me lembro de estar sentado no chão, anotando frases no caderno, com o violão do lado, e de repente sentir o sufoco do coágulo da criação, e ao mesmo tempo a iminência da explosão da via criativa, e não agüentar, saindo dali e indo para o quarto me deitar e deixar, então, aquele coágulo se dissolver, criando filetes que se encaminhavam pra aqui e pra ali... Aí o cérebro e o coração intumesciam, algumas idéias fluíam, e dois, três ou quatro versos saíam. Satisfeito eu fechava o caderno e ia cuidar da vida. Saia, passava o dia fazendo outras coisas, chegava de noite e eu retornava; ficava a madrugada toda de novo... ...fazer música é uma loucura, quando você se coloca tantos problemas”
No final da sua última estrofe, a música traz uma das construções típica do profundo senso criativo de Gil: “....Quem poderá fazer/Aquele amor morrer/Se o amor é como um grão!/Morrenasce, trigo/Vivemorre, pão.”
Aqui a canção é executada por Caetano Veloso
Senador por Pernambuco
Deu na IstoÉ
Lula pensa em ser candidato ao Senado em 2010
De Sérgio Pardellas:
O novo plano já está traçado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a discutir, nos últimos dias, o seu futuro político com um grupo restrito de interlocutores. Engavetada a idéia do terceiro mandato consecutivo, Lula alimenta agora o projeto de concorrer ao Senado por Pernambuco, sua terra natal e Estado onde atinge os mais altos índices de popularidade. Para poder disputar uma cadeira no Legislativo, Lula sabe que precisará se licenciar da Presidência em abril de 2010. Quanto a isso, não há problemas, adiantou. A licença permitirá que o presidente entre de corpo e alma na campanha eleitoral para fazer um sucessor de sua estrita confiança.
Laços
Vejam o curta brasileiro vencedor do concurso de curtas do YouTube. Produzido por Adriana Falcão e realizado por Flávia Lacerda. Concorreu com mais de 3.500 vídeos de todo o mundo. Narra, em seis minutos, um encontro entre dois jovens, cheio de racionalidade e poesia. (veja aqui).
Rio São Francisco
Esse é um assunto que me deixa demasiado dividido, tendendo mais para a rejeição da transposição, talvez sob influência da cômoda condição de ribeirinho. Ainda mais agora sabendo da posição dessa deusa.
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOBRADINHO
Cappio conversa com Letícia Sabatella, em Sobradinho
Marco Aurélio Martins/Agência A Tarde
O bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio, 61, em greve de fome há 12 dias contra a transposição do rio São Francisco, recebeu ontem apoio de artistas ligados ao Movimento Humanos Direitos. Integrante do grupo, a atriz Letícia Sabatella encontrou o religioso, em Sobradinho (a 540 km de Salvador), e criticou o projeto e o presidente Lula.
Cappio recebeu uma carta do movimento, assinada pela diretora da entidade, a atriz Dira Paes. Na mensagem assinada por 40 integrantes do grupo -entre eles os atores Wagner Moura, Osmar Prado, Camila Pitanga e Leonardo Vieira-, a entidade elogia o bispo, pede a revitalização do rio e o arquivamento do projeto da transposição.
A chegada de Letícia Sabatella à cidade provocou um pequeno tumulto do lado de fora da igreja de São Francisco, onde Cappio protesta.
Sem maquiagem, usando chinelos de couro, a atriz se sentou no chão, ao lado do bispo, que descansava em uma cadeira de plástico à sombra de uma árvore. Durante a conversa, ela chorou três vezes. "O presidente Lula deve retomar o governo popular, ouvir o que o povo quer", disse a atriz. "Nós o elegemos com a esperança da mudança", declarou.
Cappio, que hoje ultrapassa os 11 dias de jejum da primeira greve de fome, há dois anos, afirma que só voltará a se alimentar se o governo suspender a obra. O governo diz que a obra continua.
Hoje, manifestantes de oito Estados se reunirão em Sobradinho para a maior manifestação de apoio ao bispo. Deverão participar cerca de dez mil pessoas.
O álibe Chaves
Do blog de Luís Nassif, de hoje.
Alguns leitores manifestam espanto com a importância dada, pela imprensa brasileira, aos movimentos da Venezuela. O que temos a ver com isso, é a pergunta?
A rigor, muito pouco. A Venezuela é um país soberano para resolver seus problemas. Sendo ditadura ou democracia – como tantas outras que vicejaram no continente – o Brasil não vai se intrometer, como não se intrometeu com a Bolívia de Banzer e o Peru de Fujimori.
Então porque esse alarido todo?
Porque Hugo Chávez foi utilizado, desde o começo, para criar, internamente, a assombração que, por mais que se tentasse, Lula não encarnou. A idéia da ameaça às instituições, continuamente brandida por esses setores da mídia – liderados por FHC -, não conseguia colar na figura de Lula.
Ora, presidentes da República têm responsabilidades institucionais, especialmente no campo das relações exteriores. Forçava-se Lula a condenar o presidente de uma nação vizinha, para “provar” que não iria pelo mesmo caminho.
Cada palavra de Lula, que não fosse de condenação explícita a Chávez, provocava uma atoarda de insinuações. Qualquer tentativa de se abrir espaço para o pensamento desenvolvimentista na mesma hora provocava a reação através do “álibi Chávez”.
A ponto do plebiscito venezuelano ser acompanhado, por aqui, como se fosse um Fla-Flu. E a derrota da mudança constitucional saudada como se fosse a salvação da democracia no Continente.
É curioso como esse clima de guerra fria, esse dirieitismo embolorado, conseguiu se infiltrar pela grande mídia, a ponto de contaminar colunistas de bom nível. O banheiro, que era restrito a alguns blogs de esgoto, foi colocado na sala de visitas.
O teatro da cpmf
Do blog de Luís Nassif.
A FIESP lançou a campanha contra a CPMF para marcar posição política. Acho que não esperava que pegasse.
O PSDB impôs algumas condições para valorizar a votação, já que seus governadores necessitam dessa aprovação.
De jogo de cena em jogo de cena, o tema pegou. Agora, toca a manter o jogo de cena e recuar nem tão rapidamente que pareça fuga, nem tão lentamente que pareça provocação.
Ontem o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse que se o governo acenar com parcela maior da CPMF na Saúde, o partido apóia. Aécio, Serra, Yeda, todos estão tremendo de receio de não passar a prorrogação da CPMF.
Só FHC, que não tem responsabilidades de governo, quer ver o circo pegar fogo.
Demolir ou recuperar
Do Painel do Leitor, da "Folha" de 29/11/07.
"Eu e muitos cidadãos baianos estamos indignados com a afirmação do governador Jaques Wagner de que, para "dotar a Bahia de um estádio digno", seja necessário demolir uma das mais importantes obras da arquitetura moderna do Estado, o estádio da Fonte Nova.
Se o estádio, uma das obras-primas do arquiteto Diógenes Rebouças, inaugurado em 1951e ampliado em 1971, encontra-se em péssimo estado de conservação, isso se deve exclusivamente à falta de manutenção por parte do governo do Estado nas últimas décadas.
E, se a atual gestão não é a única responsável por esta situação, é somente a ela que deve ser creditada a irresponsabilidade de, mesmo consciente das precárias condições do estádio, ter permitido a realização de uma partida com a venda de 60 mil ingressos (lotação máxima do estádio)."
NIVALDO VIEIRA DE ANDRADE JÚNIOR, professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA (Salvador, BA)
Tanga de sereia
Costumo dizer que Recife é uma cidade brega, sem qualquer intuito pejorativo. As rádios tocam brega sem paralelo em outros grandes centros. O povo da cidade gosta de brega. Os artistas bregas, do passado e do presente, encontram no Recife um bom mercado. Nesse contexto, mas com interesse diferenciado, surgiu a “banda” “tanga de sereira”, por obra do publicitário Paulo Trajano,compositor e guitarrista da tanga, ex-Gruponove, criador de comerciais de sucesso e ex-roqueiro da banda “cavalo do cão”, do início do movimento "manguebeat".
Mas a proposta da "tanga" é de um brega cult, consciente, estilizado e debochado, inspirada nos anos 70, de Evaldo Braga (de quem meu amigo Aldísio Venâncio é fã), Diana (de meu amigo Xexéu), Odair José, Reginaldo Rossi... A idéia de Trajano é associar à banda estratégias de marketing, trabalhando-a com visão publicitária, fazendo inclusive a exploração (no melhor dos sentidos) dos canais do vasto mercado brega da cidade, incluído aí as carrocinhas dos vendedores de CDs piratas.
A cantora é a atriz Daniela Gouveia, garota propaganda de diversos comerciais e, como Lazaro Ramos e Vagner Moura (cada qual no seu lugar), também filha artística do nosso grande João Falcão. O clip de "o homem do gás" , vejam que gréia, é protagonizado pela atriz Hermila Guedes (sertaneja de Cabrobó que fez Elis Regina em recente especial da Globo), também curtidora da sátira.
GOMES, direto de Petrolina.
Gestão eficiente
Do Blog de Luís Nassif
Ontem, na premiação da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) para as melhores empresas do Brasil, o empresário Jorge Gerdau me contou, eufórico, os resultados do programa de qualidade aplicado na Prefeitura de São Paulo. A um custo de R$ 400 mil, bancado pelo setor privado, permitiu à Prefeiutura um ganho de R$ 2 bilhões, em um orçamento de R$ 17 bi,
Durante a premiação, o Ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciaram a adesão do ministério e do banco ao Programa Nacional de Qualidade.
Quintal do poeta Manuca Almeida
O “quintal do poeta” Manuca Almeida, em Juazeiro-BA, faz aniversário no próximo sábado, 01/12/07, com show de Alexandre Leão. O quintal é um dos poços de cultura do Pólo Petrolina-Juazeiro, de Geraldinho Azevedo, Ivete Sangalo, Luiz Galvão, João Gilberto... Manuca Almeida é co-autor de "esperando na janela" , com Targino Godim. Alexandre Leão dispensa apresentações. Vejam vídeo de show do artista no quintal . Estaremos lá para conferir.