sábado, 26 de dezembro de 2009

Bartô Galeno e Vila Mocó



Com o cancelamento do show de Zé Augusto, na noite da sexta-feira, 09-10-2009, fomos ao Clube América, na Areia Branca, ver o show de Bartô Galeno.

Foi bom relembrar momentos dos áureos tempos da Vila Mocó, bairro em que fui criado em Petrolina. Bartô Galeno era a trilha sonoro que movia a “concentração” na casa de Dona Maria Cosme (está velhinha, mas ainda vive lá), no final da Rua Vasco da Gama, regada a Pitú e Serra Grande (tomada pelos pinguços adultos), antes das peladas do final da tarde, sob comando de Galêgo, no campinho do antigo aeroporto, na Vila (atual sede da APAE). Bartô também era o som que embalava a pinhãozada que construía a Barragem de Sobradinho. Velhos tempos de menino.

A Vila Mocó era estimagmatizada como um bairro de caceteiros (brigões). O núcleo do bairro chamava-se “Cacete Armado”, não sem sugestividade. Os times dos outros bairros tinham medo de jogar na Vila. Se perdessem, apanhavam menos. Se ganhassem, o pau comia depois do jogo. Era porrada mesmo. Atualmente brinco com meus amigos, quando lembro dos nomes dos amigos, colegas e conhecidos do bairro, daquela época: Tico de Chá Preto, Toinzé, Dió, Sanhaço, Fera, Toinho de Dára, Jorge Caborge, João de Bié (cujos neurônios foram carcomidos pela maconha e ainda hoje vegeta na rua da minha mãe, sempre me pedindo R$ 1,00 pra compra cigarros normais), Roberto Maguinho.... Mas de todos, o mais temido era Negão do Picolé (Zé de Delza), morto ainda jovem, como vários deles. Outros ainda hoje estão por lá. Eu fui sempre um jogador mediano e medroso (também, tive que sair da Vila aos 17 anos de idade), mas existiam alguns craques por lá, como Paulinho de Iaiá e Rubem de Anorata (como eu, com passagem completa pela UFPE, o engenho do pensamento da Várzea – Talvez os dois únicos dessa geração graduados por ela – ). Esses últimos, se fossem levados para times grandes teriam chances de ficar famosos no futebol. Hoje a Vila é um bairro quase nobre, atrás do estádio, próximo ao centro da cidade. O centro se aproximou dela.

Pois bem, o show de Bartô reuniu cerca de duas mil pessoas e durou quase três horas. Ele troxu apenas um tecladista e o guitarrista (muito bons). Fez um ensaio à tarde com Alan, grande saxofonista do Pega Leve, daqui de Petrolina, fechou um quarteto. O público era formado por devotos e isso atrapalhou um pouco a apresentação. O palco era pequeno e as pessoas queriam estar próximas do ídolo, inclusive subindo no palco (eu me contive). Mas valeu!

Bartô nasceu em Sousa-PB, mas foi criado em Mossoró, terra de Carlos André, outro grande compositor de bregas e forrós, parceiro de Alcimar Monteiro e maior parceiro musical dos sucessos de Bartô Galeno, entre eles os clássicos “No Toca-fitas do meu carro” e “Só Lembranças”.

Filmei algumas coisas do show com o celular, mas o som ficou muito ruim. Peço desculpas pela falta de qualidade sonora. Coloquei no YOUTUBE (http://www.youtube.com/watch?v=41_s-r6siE0) o clip de “Só Lembranças”, ultima música executada no show, lá pelas 4:20hs da madrugada, e um link (http://palcomp3.com/bartogaleno/ ) para outros sucessos do artista.

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