sábado, 26 de dezembro de 2009

"Alguma coisa está fora da nova nova ordem mundial"

GOMES - 08-11-2009:

O título é para parafrasear e lembrar Caetano Veloso, grande compositor e cantor, mas um falastrão descuidado, que falou mais uma besteira política essa semana.



Em entrevista ao jornal "Bahia Econômica", em 02-11-2009, a prof. Tânia Bacelar(da UFPE) troca em miúdos a inversão da lógica desenvolvimentista e de distribuição de renda do país que, ao se voltar para o Nordeste está produzindo uma nova face para a região. O assunto também é matéria de capa da edição dessa quinzena da revista EXAME.

A entrevista está disponível na integra, no site da CEPLAN, consultoria da qual a economista faz parte.

Em resumo, a lógica desenvolvida por ela é a seguinte:

· Opção política do governo de apostar no mercado interno;

· Política de transferência de renda e aumento da renda e do emprego;

· Crescimento real do salário mínimo em mais de 50% entre 2002 e 2008 (tendo o Nordeste cerca de 28% da população do Brasil, mas com 50% da população ocupada ganhando salário mínimo, esse aumento real dá um efeito estupendo na renda e no consumo da população, dinamizando o mercado interno);

· Como o Nordeste tem metade dos pobres do país, dos R$ 12 bilhões do bolsa família, R$ 5 bilhões vêm para cá, aumentando esse dinamismo através do aumento do consumo das famílias de baixíssima renda. Esse aumento de consumo atrai novos investimentos;

· Foram atraídos investimentos de grandes corporações produtoras de alimentos (Bauducco, Nestlé, na Bahia, Perdigão e Sadia em Pernambuco, por exemplo) e de outros produtos de consumo, com impactos na industria, comércio e serviços da região;

· Os investimentos da Petrobras merecem referência especial:

o A empresa tinha deixado de investir em refinarias desde 1939 (Landulfo Alves, na Bahia). Está construindo 3 refinarias (PE, BA, RN), sendo as duas primeiras de grande porte;

o Mudou sua política de compra de navios, beneficiando a indústria naval nacional. Pernambuco já tem um estaleiro em funcionamento e deverá ganhar outros três;

· O PAC tem ajudado a economia local. Os investimentos na duplicação da BR-101 (AL ao RN), a construção das ferrovias Oeste-Leste (que ligará o cerrado baiano e a ferrovia Norte-Sul ao porto de Ilhéus), e a ferrovia Transnordestina, integrando Suape, Pecém e Ilhéus, são algumas dessas obras;

· O início do soerguimento da indústria têxtil, a partir de Pernambuco, com os investimentos infra-estruturais desse segmento, realizados em Suape.

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