GOMES - 05-12-2007:
Do blog de Luís Nassif, de hoje.
Alguns leitores manifestam espanto com a importância dada, pela imprensa brasileira, aos movimentos da Venezuela. O que temos a ver com isso, é a pergunta?
A rigor, muito pouco. A Venezuela é um país soberano para resolver seus problemas. Sendo ditadura ou democracia – como tantas outras que vicejaram no continente – o Brasil não vai se intrometer, como não se intrometeu com a Bolívia de Banzer e o Peru de Fujimori.
Então porque esse alarido todo?
Porque Hugo Chávez foi utilizado, desde o começo, para criar, internamente, a assombração que, por mais que se tentasse, Lula não encarnou. A idéia da ameaça às instituições, continuamente brandida por esses setores da mídia – liderados por FHC -, não conseguia colar na figura de Lula.
Ora, presidentes da República têm responsabilidades institucionais, especialmente no campo das relações exteriores. Forçava-se Lula a condenar o presidente de uma nação vizinha, para “provar” que não iria pelo mesmo caminho.
Cada palavra de Lula, que não fosse de condenação explícita a Chávez, provocava uma atoarda de insinuações. Qualquer tentativa de se abrir espaço para o pensamento desenvolvimentista na mesma hora provocava a reação através do “álibi Chávez”.
A ponto do plebiscito venezuelano ser acompanhado, por aqui, como se fosse um Fla-Flu. E a derrota da mudança constitucional saudada como se fosse a salvação da democracia no Continente.
É curioso como esse clima de guerra fria, esse dirieitismo embolorado, conseguiu se infiltrar pela grande mídia, a ponto de contaminar colunistas de bom nível. O banheiro, que era restrito a alguns blogs de esgoto, foi colocado na sala de visitas.
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